O Sistema de Previsão de Campbell (CPSL) é um sistema simples de operar com os factores básicos de propagação do fogo: orientação/exposição, declive e vento, pelo que o combatente no Teatro de Operações, através de uma atenta e breve análise poderá planificar estratégias e tácticas baseadas no comportamento previsto do fogo e delimitar a sua validade no tempo e no espaço – janela de actuação espaço-temporal, denominada por Etiqueta Horária.
Esta lógica baseia-se no sistema de alinhamento de forças, entendendo como tal o grau de coincidência favorável ou desfavorável, relativamente ao avanço da frente de incêndio de acordo com aqueles factores básicos.
Sendo assim, é fundamental que o combatente procure identificar e descrever aquilo que vê – o comportamento do fogo na frente de chamas – e, comunique com clareza para que as tácticas a adoptar sejam eficazes e de entendimento de TODOS os combatentes. O procedimento deverá obedecer sequencialmente aos seguintes pontos:
- Primeiro devemos de isolar uma determinada frente, por exemplo um flanco ou a cabeça, para a sua análise específica.
- Seguidamente, analisamos quais os factores que estão a favor, ou seja alinhados para esse comportamento.
- As previsões de alteração do comportamento podem fazer-se observando a força e o alinhamento que esses factores tomarão na passagem da frente. Por ex.º se deixam de estar alinhados, perdem intensidade.
- Quando analisamos um incêndio devemos de avaliar as zonas que vão estar em alinhamento na passagem da frente em estudo. Com a ajuda de uma carta topográfica representaremos essas zonas.
- Identificar possíveis corridas e pontos críticos.
A análise deve preferencialmente, falhar por excesso!
À priori devemos de fugir das zonas de pleno alinhamento, dando-as previamente por perdidas! Caso contrário, andaremos a reboque do incêndio florestal, correndo atrás dele para exaustão dos combatentes e perdendo oportunidades de um combate firme e eficaz.
Corridas Potenciais e Pontos Críticos
A corrida de um incêndio é a superfície e a distância percorrida por uma frente em pleno alinhamento (por exemplo a cabeça e o flanco), as corridas potenciais são aquelas que resultam da análise prévia.
As mudanças de alinhamento correspondem a pontos de inflexão. O incêndio ao atingir determinadas zonas muda de comportamento porque perde ou ganha um dos factores (diz-se que perde ou ganha alinhamento).
Se prevemos que o incêndio ganhará factores, poderão ser geradores de corridas e portanto identificamos como pontos críticos.
Corrida em pleno alinhamento - 3/3: declive, combustível quente (exposto) e vento
Corrida com médio alinhamento - 2/3: declive e combustível quente (exposto).
Corrida com nulo alinhamento - 1/3: apenas declive.
Por hoje ficamos por aqui! Proximamente voltaremos a falar de Campbell e do seu sistema, abordando a linguagem a usar pelos combatentes, independentemente da unidade ou estrutura a que pertençam, por forma a contribuir a um melhor entendimento das tácticas e operações a executar por cada um de nós no teatro de operações, com vista à sua eficácia.
Desenvolvido e postado por:
Emanuel de Oliveira
SMPC-GTF de Vª Nª de Cerveira
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