A Linguagem de Comunicação proposta por Doug Campbell permite de modo simples a uniformização de conceitos e da sua transmissão para um entendimento comum a todos os combatentes no Teatro de Operações, permitindo aumentar quer a eficácia das tácticas quer a segurança de cada interveniente.
Voluntários de Vª Nª de Cerveira, Maio 2011
Apresentação e Discussão da Análise do GIF de Loivo ocorrido em Agosto 2010
1 - Tipos de Incêndios: conduzidos por Vento, Topográfico ou de Combustível
Dentre as três variáveis básicas que utiliza o CPSL, destaca-se sempre uma que reflecte maior influência no comportamento do fogo. Essa definirá a tipologia do incêndio ou da frente a que nos enfrentamos, tendo como fim sectorizar e demarcar o tipo de estratégia e tácticas a aplicar.
2 - Alinhamento de Forças
No CPSL utilizamos vocábulos para explicar com clareza a posição dos factores determinantes do fogo: vento, declive e exposição/orientação. Utilizam-se empregando: pleno alinhamento (3/3), médio alinhamento (2/3), nulo alinhamento (1/3) ou sem/fora de alinhamento (0/3).
3 - Vento, Declive e Temperatura do Combustível
São os factores básicos que deverão estar dentro ou fora do alinhamento. Relativamente a estes, definimos vento e declive a favor da frente de chamas ou contra a frente e combustível quente ou frio, se está ao sol ou à sombra, respectivamente.
4 - A Situação vai Melhorar/Piorar
É a expressão usada para constatar a evolução do fogo de acordo com a análise da situação, descrevendo se o seu comportamento vai melhorar ou piorar relativamente aos valores que se observam no momento. Tal como já vimos, tudo dependerá da alteração do alinhamento.
5 - Subir ou Descer a Curva
Esta expressão usa-se quando estamos a trabalhar com um cartão de inflamabilidade e identificando a nossa posição temporal e espacial sobre as curvas. Se sobe na curva quer dizer que a frente vai piorar e se baixa quer dizer que vai melhorar.
6 - Janela de Actuação
Consiste no espaço topográfico e de intervalo de tempo, no qual a táctica é válida para garantir o nosso êxito e com segurança para os combatentes.
7 - O que diz o fogo?
A frente em análise dá-nos indicações visuais que descrevem o seu comportamento, isto permite-nos prever o que vai suceder, corridas potenciais, comportamento das frentes, se seremos capazes de controlar, onde, quando, até quando e até onde.
8 - Limite de Controlo
Também designado por limite da capacidade de controlo, define-se como o limite de comportamento do fogo (intensidade e velocidade) a que nos podemos enfrentar com os meios disponíveis. Este limite dependerá do tipo de equipa e das tácticas utilizadas. Acima deste nível, os trabalhos de extinção serão ineficazes (ver tabela no anterior post sobre a análise do comportamento de chama).
9 - Tácticas Oportunas
As tácticas de oportunidade são as que aproveitam uma oportunidade sem análise da situação. Esta acção irá sempre “a reboque do fogo” podendo actuar apenas quando o fogo o permitir. Deste modo é muito fácil que ocorram situações imprevistas que surpreendam os combatentes e os coloquem em risco. Pelo contrário, devemos de utilizar as tácticas baseadas na previsão do comportamento do fogo e identificando à priori quando será possível o ataque ou não! Já não iremos “a reboque do fogo”!
Uma construção típica de comunicação deveria ter a seguinte estrutura:
- Identificação do tipo de incêndio de acordo com o factor dominante, mais o tipo de alinhamento.
- Identificação do factor dominante (motor do incêndio ou da frente) e a sua evolução imediata.
- Limite de controlo para cada frente. Dentro ou fora de capacidade.
- Pontos de inflexão e alterações do alinhamento ou do factor. Constatação do momento e/ou lugar de superação do limite: ponto critico.
- Previsão. Janela de actuação.
- Estratégias. Opções e propostas. Aqui entram as prioridades de actuação.
- Tácticas. Opções e propostas. Finalmente o ataque, decidindo a técnica a usar e com que meios.
Desenvolvido e postado por:
Emanuel de Oliveira
SMPC/GTF de Vª Nª de Cerveira
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