Após um período de temperaturas elevadas e de vento fraco no final de Junho e início de Julho, uma alteração da situação meteorológica, a partir de dia 3 de Julho, originou no território do Continente descida das temperaturas e aumento da intensidade de vento, que passou a soprar moderado a forte em particular no litoral oeste, nomeadamente a partir de dia 17 de Julho, dia em que se registaram 74km/h em Lisboa e 56km/h em Setúbal, como valores máximos de rajada.
Uma grande diferença de pressão entre o Atlântico, com o anticiclone dos Açores intenso (valores da pressão superiores a 1035 hPa), e uma região depressionária na Europa Ocidental (uma depressão na região das Ilhas Britânicas associada à depressão térmica no interior da Península Ibérica), provocou esta situação de vento que ocorreu mais intenso no litoral do que no interior, pelo efeito de brisa marítima que intensificou o vento de noroeste, em especial durante a tarde.
O anticiclone dos Açores, que em condições normais de Verão deveria ter o seu núcleo principal a norte do arquipélago, teve-o ligeiramente a sul, posicionamento que permitiu ainda a passagem de ondulações frontais da corrente de oeste, que nesta época do ano deveriam atingir as latitudes mais a norte, e que acabaram por se dirigir para sul, influenciando o nosso país, sobretudo o norte, região onde se registou alguma precipitação.
Associada a esta situação meteorológica de vento registaram-se, até ao passado dia 20, em todo o território, à exceção da região do Algarve, nomeadamente no litoral oeste, temperaturas abaixo do normal para a época. Deve, contudo, salientar-se que desde 2000 já ocorreram 6 anos em que a média da temperatura máxima, em julho, foi inferior à normal do período de 1971-2000.
Entretanto, o vento intenso que se tem feito sentir no continente começou já a partir do último fim de semana a diminuir de intensidade, embora continuando a registar-se nortada moderada no litoral oeste durante a tarde.
Prevê-se ainda maior enfraquecimento da intensidade do vento a partir da próxima quinta-feira, 28 de julho. Esta diminuição deve-se a um ligeiro enfraquecimento do anticiclone localizado nos Açores e a uma alteração na posição, deslocamento para leste, e intensidade da depressão que se encontrava centrada nas Ilhas Britânicas.
Por seu lado, os valores da temperatura máxima começaram já a subir, prevendo-se que continue esta tendência para atingir valores superiores ao normal nos próximos dias.
Relativamente à temperatura da água da superfície do mar será de recordar que os valores médios para o mês, observados na costa ocidental entre 2002 e 2010, situam-se entre os 17 e os 18ºC, aumentando gradualmente de norte para sul.
Na costa do Algarve, a temperatura média para o mesmo período tem variado entre os 21 e 23ºC, aumentando gradualmente para sotavento. Este regime de temperaturas observou-se ao longo do início do mês de julho de 2011.
No entanto, no início da segunda semana do mês de Julho, as temperaturas da superfície da água do mar observadas ao largo da costa continental, diminuíram gradualmente na ordem dos 2 a 3ºC na costa Norte. A mesma tendência verificou-se ao largo da costa Sul com uma diminuição de 4ºC, até ao dia 20. Este facto deveu-se fundamentalmente à intensidade do vento, responsável pelo afastamento da costa das águas superficiais e forçando a ascensão de águas frias mais profundas, ricas em nutrientes, compensando o movimento das águas superficiais, para o largo.
No Boletim Climatológico referido ao mês de Julho, a editar em Agosto, o Instituto de Meteorologia fornecerá informação mais detalhada sobre a situação meteorológica ocorrida neste período, com as apropriadas comparações climáticas.
Fonte: www.meteo.pt
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