A Federação de Bombeiros do Distrito do Porto equacionou um cenário de falência generalizada das corporações caso estas continuem sem "financiamento estruturado" do Estado e a comparticipação no transporte de doentes se mantenha em 48 cêntimos por quilómetro.
"A continuar esta situação, dentro de um mês teremos, tipo castelo de cartas, os corpos de bombeiros a cair por aqui abaixo", disse o presidente da Federação, José Miranda, após um encontro com o deputado do PCP Jorge Machado.
O distrito do Porto tem 45 corpos de bombeiros não profissionais que, além de contarem com a prestação de 4.500 voluntários, empregam 800 pessoas, essencialmente adstritas ao serviço de transporte de doentes.
José Miranda admitiu que o transporte de doentes era uma actividade lucrativa, que ajudava a superar os défices nos serviços de incêndios e de socorro a sinistrados, mas realçou que actualmente gera "prejuízos elevados", decorrentes da baixa da comparticipação estatal de 67 para 48 cêntimos por quilómetro, numa altura em que o preço do gasóleo subiu 50 por cento.
Sublinhando que o contexto económico-social impede a corporações de resolverem os seus problemas pela via dos peditórios, José Miranda disse que, com o quadro actual, "veio ao de cima aquilo que já devia ter sido resolvido há alguns anos e que é o financiamento estruturado dos corpos de bombeiros por parte do Estado".
"Isto nunca foi feito, o poder tem empurrado este problema com a barriga, mas agora não dá mais", assinalou.
Também o deputado comunista Jorge Machado defendeu um "apoio sistematizado e com regras claras" aos corpos de bombeiros voluntários e disse que a alternativa a esse financiamento é o país "ficar sem resposta" em situação de emergência.
Questionado pela agência Lusa sobre se as finanças do Estado suportam essa despesa, o parlamentar comunista disse que "o que o país não pode suportar é o encerramento das suas corporações de bombeiros, porque é isso que está colocado em cima da mesa".
De acordo com Jorge Machado, que vai colocar a questão ao Ministério da Administração Interna em forma de requerimento, o Estado deve negociar com as estruturas representativas dos bombeiros formas de financiamento directo, em função de indicadores como a capacidade instalada de cada corporação e do seu volume de trabalho.
O deputado vai também questionar o Ministério da Saúde sobre a comparticipação estatal para o transporte de doentes, em defesa do pagamento de um valor "justo, já que o que está a ser pago nem sequer permite pagar os custos".
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Federação do Porto alerta para risco de falência generalizada das corporações de bombeiros - JN
19:14
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