O NW de Portugal apresenta
uma das mais elevadas incidências de fogos florestais na Europa, favorecida pela elevada produtividade vegetal que o clima de
influência atlântica permite e pela ocupação do território por tipos de
vegetação de elevada combustibilidade, como os matos de tojo arnal (Ulex europaeus).
O estudo baseou-se em recolha
de informação relativa ao U. europaeus
como um combustível e à sua relação com o fogo, queimas controladas efetuadas
no distrito de Viana do Castelo, e análise de incêndios selecionados, com o
objectivo de caraterizar a variação do comportamento do fogo em condições de
perigo meteorológico reduzido a moderado e definir uma janela de prescrição
para o fogo controlado.
Os tojais no NW português caraterizam-se pela acumulação
rápida de cargas elevadas de combustível total e fino, com um rácio de
combustível morto/vivo elevado e porte considerável, o que potencia fogos de grande
intensidade mesmo em condições meteorológicas de perigo moderado. Tal recomenda
intervenções de gestão do combustível em tojais com idade pós-fogo inferior a 6
anos, que geralmente correspondem a alturas inferiores a 1m.
Considerando as
elevadas cargas de combustível morto fino, o seu teor de humidade tem um papel
muito importante na regulação da intensidade do fogo. Considerando que são
desejáveis velocidades de propagação e intensidades da frente de chama
reduzidas (respetivamente 0,5-1 m/min e 400-1000
kW/m), a condução do fogo em tojal
deverá ser contra o vento ou perpendicular
à sua direção (fogo de flanco). A estes requisitos, que garantem operações de
queima seguras e sem impactos negativos no solo, correspondem humidades
relativas do ar entre 55 e 75%, mais do que três dias desde a última chuva e DMC
(o índice de humidade da manta morta do sistema FWI) inferior a 30.
Estudo, desenvolvido pelo GTF de Caminha sob orientação do Professor Paulo Fernandes, poderá ser consultado na integra no link abaixo.
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