A caracterização climática, nas variáveis temperatura e precipitação tem por base as Normais Climatológicas dos períodos de 1971-2000 e 1981-2010, estes últimos ainda provisórios.
Assim, no que concerne à temperatura, tendo como base a média realizada entre as duas normais, verifica-se que a temperatura mínima varia entre os 4,8º e 15,2ºC enquanto que temperatura máxima varia entre os 14,5º e os 26,2ºC. As temperaturas acima dos 20ºC situam-se entre os meses de Maio e Outubro.
A variação entre as duas normais da temperatura mínima e máxima é, na generalidade, positiva, evidenciando um aumento global da temperatura. A variação da temperatura média mínima, à exceção do mês de Fevereiro, é sempre positiva, verificando-se acréscimos máximos de 0,6ºC. A variação da temperatura média máxima é igualmente positiva com acréscimos máximos de 0,7ºC.
Figura nº1 – Temperatura Normais Climatológicas 1971-2000 e 1981-2010 – Viana do Castelo
Fonte: Instituto de Meteorologia
Relativamente à precipitação, verifica-se que os valores médios variam entre os 28mm e 220,8mm. Os níveis mais baixos verificam-se naturalmente entre os meses de Junho e Setembro. A variação entre normais, em determinados meses do ano, é negativa inclusivamente em meses de inverno como Dezembro, Janeiro ou Fevereiro.
A evolução ao longo dos meses é semelhante para os dois períodos, apresentando decréscimos nos meses de Março e posteriormente entre Maio e Agosto, sendo Julho o mês que mais baixos valores de precipitação observa.
Figura nº2 – Precipitação Normais Climatológicas 1971-2000 e 1981-2010 – Viana do Castelo
Fonte: Instituto de Meteorologia
O decréscimo de precipitação verificado nos meses de inverno associado ao aumento generalizado da temperatura poderá levar ao aumento da frequência da ocorrência de incêndios florestais em meses não considerados como críticos. Face a esta realidade, questiona-se se não existirá fundamento para a reformulação do Período Critico.
Se a este aumento generalizado de temperatura e anomalias negativas de precipitação associarmos outros elementos que compõe o piroambiente, como um combustível mais disponível para a combustão, uma estrutura diferente e uma carga cada vez mais elevada, poderemos, em casos de conjugação de outros factores intrínsecos ao território, como a topografia, exposição ou ventos dominantes de quadrante Norte por vezes fortes, verificar uma maior probabilidade de Grandes Incêndios Florestais.
Assim, parece evidente a necessidade de alteração e manipulação da estrutura e carga dos combustíveis presentes nos espaços florestais do distrito, devendo esta aposta focar-se na criação de mosaicos e eliminação de pontos críticos numa perspectiva de criação de descontinuidades estruturantes que contrariem a progressão dos GIF’s.
Elaborado por
Amélia Freitas
GTF Caminha
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