domingo, 5 de junho de 2011

Incêndios: Povo do Alto Minho "formado" para o primeiro combate às chamas

As populações de mais de uma dezena de freguesias do Alto Minho receberam, nas últimas semanas, formação para primeiro ataque aos incêndios, mas as autoridades garantem que o combate continuará a ser assegurado apenas pelos bombeiros.

“Estamos a falar de ações de sensibilização das populações rurais para a responsabilidade comum de proteção e primeira intervenção, em caso de incêndio, apenas na proteção dos aglomerados”, explicou hoje à Agência Lusa, o Comandante Distrital de Operações de Socorro.

Paulo Esteves garante que estas ações de formação e sensibilização “não pretendem” levar a população a substituir os bombeiros, apesar de algumas localidades, através das respetivas juntas de Freguesia, possuírem kits de primeira intervenção.

“O primeiro combate ao incêndio propriamente dito continuará a ser feito pelos bombeiros, sapadores florestais e GIPS da GNR”, garante.

Através do programa “Lugar Seguro”, dinamizado pela Comissão Distrital de Defesa da Floresta Contra Incêndios, estas ações já formaram “centenas de populares” em todo o distrito de Viana, com demonstração de campo com equipas de sapadores exemplificando a importância de uma faixa de gestão de combustível próximo das habitações ou na queima dos sobrantes dessa limpeza.

Ações que se desenvolveram em Moreira do Lima (Ponte de Lima), Portela Susã e Santa Leocádia (Viana), Trute (Moncão), Mentrestido, Gondar e Candemil (Vila Nova de Cerveira), Entre Ambos-os-Rios (Ponte da Barca), Azevedo (Caminha), Ferreira (Paredes de Coura), além de Arcos de Valdevez e Valença.

“Foram escolhidas as freguesias com histórico de maior número de incêndios e em função da distância ao quartel de bombeiros”, explicou ainda Paulo Esteves. A prevenção é assim o aspeto principal deste programa que aposta sobretudo, na vigilância do espaço florestal.

Já em Covas, Vila Nova de Cerveira, onde existe a maior mancha florestal contínua do Alto Minho, Junta de Freguesia e população foram mais longe, ativando uma equipa de 15 homens da terra, mobilizados para operações de vigilância, rescaldo e combate.

Formam equipas de cinco voluntários que se encarregam de vigiar a floresta da freguesia e, se necessário for, avançar para a primeira intervenção. Trata-se da Unidade Local de Covas, criada em 2010 pela Junta de Freguesia, mas que entretanto já deu lugar a uma associação, com personalidade jurídica.

Segundo o presidente da Junta de Covas, Rui Esteves, são “totalmente voluntários” e já em 2010 impediram “sete ou oito ignições” na freguesia o que demonstra o “sucesso” da equipa. “Inclusive chegaram a ser chamados para fazer a primeira intervenção em freguesias vizinhas”, assinala o autarca.

A equipa permanece em alerta até junho, arrancando depois com operações de vigilância diária, contando com um Kit de primeira intervenção de 500 litros de água, uma viatura todo-o-terreno, ainda auxiliada por uma viatura para transporte e um trator florestal com cisterna de 4000 litros de água.

@Lusa

Postado por: Emanuel Oliveira

SMPC/GTF de Vila Nova de Cerveira

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