quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Floresta portuguesa ardeu mais do que em 2009

Alfredo Maia in Jornal de Noticias de 20/10/2010



A floresta portuguesa ardeu este ano, até ao dia 15 de Outubro, mais 54,5% do que no ano passado, embora o número de ocorrências tenha sido inferior em 12,8%, sendo o quarto em área ardida desde 2000, com 128.842 hectares (87% da média dos dez anos anteriores).


De acordo com o último relatório provisório de incêndios florestais da Autoridade Florestal Nacional (AFN), entre 30 de Setembro e 15 de Outubro, registaram-se 115 ocorrências, responsáveis por 1578 ha de área ardida, a maior parte da qual (1.463 ha) em matos. Numa quinzena, ardeu assim mais do que em todo o mês de Maio (1093 ha) e mais do dobro do que no de Junho (743 ha), apesar do desagravamento das condições meteorológicas do risco de incêndio.
Os dados coligidos de ocorrências entre 1 de Janeiro e 15 de Outubro permitem concluir que arderam 128.842 ha, mais 45.468 (54,5%) do que no período homólogo do ano passado, sendo o quarto mais grave. O primeiro foi 2003, com 425.657 ha, seguindo-se o de 2005, com 337.766 ha, e o de 2000, com 159.134. Este retrato muda de gravidade para pior se tivermos em conta que, em número de ocorrências, 2010 foi o sétimo ano com maior número de registos (21.424).

Ainda de acordo com o relatório provisório da AFN, do total da área ardida, 43.549 ha (34%) correspondem a povoamentos (geralmente pinhais e eucaliptais), sendo o quinto ano mais severo para esta forma de ocupação do solo florestal. Aquele em que a área de povoamento ardida foi maior foi o de 2003, com 286.030 ha queimado.
Por distritos, verifica-se que o Porto continua a comandar o número de ocorrências (5879), mas que na maioria se referem a fogachos (área queimada inferior a um hectare), mas mesmo assim é o segundo do ranking dos registos nos incêndios, com 565. Viana do Castelo comanda a lista com 723 incêndios, embora esteja em quinto em número total de ocorrências (2073), mas é o segundo em área ardida (24.170 ha), pouco distanciado da Guarda.
Esse distrito regista não só a maior área ardida, com 24.284 ha, mas também um significativo poder destrutivo dos fogos, pois registou "apenas" 505 ocorrências, o que corresponde a uma média de 48 ha por deflagração. A Guarda foi, aliás, o distrito onde se registou a maior área de povoamentos ardida (8.169 ha), seguido de Vila Real (6469 ha), Viana do Castelo (6.364 ha) e, em quarto lugar, Viseu (5.283), embora a ordem de área total seja diferente. Viseu está em terceiro lugar, com 18.571 ha, mas foi ali que se registou o maior dos incêndios de todos: 5. 066 ha no município de S. Pedro do Sul.


De acordo com os dados da AFN, os 182 grandes incêndios (áreas superiores a 100 ha) foram responsáveis por 99.708 ha, ou seja, cerca de 77% de toda a área ardida. Os distritos no comando da lista são Viana do Castelo (40), seguido de Vila Real (25) e Viseu (22), onde ocorreram os três únicos grandes incêndios da última quinzena (concelho de Castro Daire).

1 comentários:

Anónimo disse...

No Alto Minho ardeu mais que em 2005!

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