Hakea sericea - Resultados da Experiência

No passado dia 29 de Setembro de 2009, o Serviço Municipal de Protecção Civil/Gabinete Técnico Florestal levaram a cabo uma experiência que consistia na aplicação de um fitocida biodegradável de baixo espectro que permite combater a infestante exótica lenhosa Hakea sericea. Desde então temos vindo a monitorizar as parcelas, de modo a acompanhar os efeitos da aplicação sobre esta espécie invasora. Seguidamente, apresentam-se as tabelas de caracterização:


O fitocida aplicado é sistémico de absorção foliar, sendo um produto muito comercializado destinado a combater as espécies infestantes anuais e vivazes, apresentando uma solução concentrada com 360 g/L de glifosato, sob a forma de sal de isopropilamónio.
O fitocida é absorvido pelo tecido vivo das plantas e translocado via sistema circulatório para raízes e rizomas, ou seja por toda a planta, actuando na alteração dos vários processos bioquímicos vitais, tais como a biossíntese das proteínas, dos aminoácidos e ácidos nucleicos, mediante a inibição de enzimas especificas, inibindo a síntese dos aminoácidos.

A ficha técnica do produto caracteriza-o como contendo adjuvantes promotores de absorção sendo absorvido a 100% num espaço de 2 horas, pelo que o torna mais eficaz. Por outro lado,
quando aplicado directamente no solo apresenta baixa actividade, derivada da rápida degradação microbiológica, dando origem a produtos não fitotóxicos, tais como o dióxido de carbono, fosfatos e amoníaco; em contacto com a água sofre rápida biodegradação sem causar efeitos secundários. Pelo facto do fitocida apenas bloquear a síntese dos aminoácidos é uma reacção exclusiva das plantas, razão pela qual não afecta a fisiologia humana e animal, constituindo um produto, toxicologicamente, inócuo para estes, em termos de inalação, ingestão, contacto cutâneo e ocular.

Da experiência, aquilo que pudemos constatar é que em termos de aplicação, apenas a planta da Hakea é atingida, pois o produto aplicou-se directamente na copa e os arbustos e herbáceas existentes não foram afectadas.


A planta sujeita ao produto apresentou 3 fases de degradação:
1º Perda foliar
2º Abertura das cápsulas e libertação da semente
3º Putrefacção dos tecidos e quebra dos pés e ramos pelo próprio peso.


Outra situação registada foi a libertação das sementes sobre uma cama de agulhas (folhas da Hakea) e até ao momento não se verificou qualquer germinação. Isto pode significar que a Hakea num solo rico em matéria orgânica não germina, ou as sementes das plantas afectadas pelo glifosato encontram-se estéreis. Todavia, procedemos à sementeira em vaso destas sementes com o fim de conferirmos o seu potencial de fertilidade. Pelo que dentro de uns meses poderemos trazer mais novidades.

Emanuel Oliveira Gabinete Técnico Florestal de Vila Nova de Cerveira