quarta-feira, 13 de julho de 2011

Utilização do CPSL – Lógica de Campo (continuação)

O Sistema de Previsão de Campbell (CPSL) é um sistema simples de operar com os factores básicos de propagação do fogo: orientação/exposição, declive e vento, pelo que o combatente no Teatro de Operações, através de uma atenta e breve análise poderá planificar estratégias e tácticas baseadas no comportamento previsto do fogo e delimitar a sua validade no tempo e no espaço – janela de actuação espaço-temporal, denominada por Etiqueta Horária.

Esta lógica baseia-se no sistema de alinhamento de forças, entendendo como tal o grau de coincidência favorável ou desfavorável, relativamente ao avanço da frente de incêndio de acordo com aqueles factores básicos.

Sendo assim, é fundamental que o combatente procure identificar e descrever aquilo que vê – o comportamento do fogo na frente de chamas – e, comunique com clareza para que as tácticas a adoptar sejam eficazes e de entendimento de TODOS os combatentes. O procedimento deverá obedecer sequencialmente aos seguintes pontos:

  1. Primeiro devemos de isolar uma determinada frente, por exemplo um flanco ou a cabeça, para a sua análise específica.
  2. Seguidamente, analisamos quais os factores que estão a favor, ou seja alinhados para esse comportamento.
  3. As previsões de alteração do comportamento podem fazer-se observando a força e o alinhamento que esses factores tomarão na passagem da frente. Por ex.º se deixam de estar alinhados, perdem intensidade.
  4. Quando analisamos um incêndio devemos de avaliar as zonas que vão estar em alinhamento na passagem da frente em estudo. Com a ajuda de uma carta topográfica representaremos essas zonas.
  5. Identificar possíveis corridas e pontos críticos.

A análise deve preferencialmente, falhar por excesso!

À priori devemos de fugir das zonas de pleno alinhamento, dando-as previamente por perdidas! Caso contrário, andaremos a reboque do incêndio florestal, correndo atrás dele para exaustão dos combatentes e perdendo oportunidades de um combate firme e eficaz.

Corridas Potenciais e Pontos Críticos

A corrida de um incêndio é a superfície e a distância percorrida por uma frente em pleno alinhamento (por exemplo a cabeça e o flanco), as corridas potenciais são aquelas que resultam da análise prévia.

As mudanças de alinhamento correspondem a pontos de inflexão. O incêndio ao atingir determinadas zonas muda de comportamento porque perde ou ganha um dos factores (diz-se que perde ou ganha alinhamento).

Se prevemos que o incêndio ganhará factores, poderão ser geradores de corridas e portanto identificamos como pontos críticos.

Corrida em pleno alinhamento - 3/3: declive, combustível quente (exposto) e vento

Corrida com médio alinhamento - 2/3: declive e combustível quente (exposto).

Corrida com nulo alinhamento - 1/3: apenas declive.

Corrida sem ou fora de alinhamento - 0/3: comportamento de cauda

Por hoje ficamos por aqui! Proximamente voltaremos a falar de Campbell e do seu sistema, abordando a linguagem a usar pelos combatentes, independentemente da unidade ou estrutura a que pertençam, por forma a contribuir a um melhor entendimento das tácticas e operações a executar por cada um de nós no teatro de operações, com vista à sua eficácia.

Desenvolvido e postado por:

Emanuel de Oliveira

SMPC-GTF de Vª Nª de Cerveira


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