terça-feira, 19 de abril de 2011

Técnicos de protecção civil pedem investimento na prevenção de incêndios

O presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil (ASPROCIVIL) apelou hoje para se investir nas medidas de prevenção de incêndios, uma vez que os meios de combate vão ser reduzidos este ano.

«O combate a incêndios não se faz só com os meios aéreos. Apostamos muito no princípio de que o combate a incêndios é uma consequência da falta de medidas de prevenção», disse Ricardo Ribeiro à Agência Lusa.

Questionado sobre a redução, este ano, dos meios envolvidos no combate aos incêndios, anunciada pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e justificada pela «necessária contenção da despesa pública», o responsável disse ser «sempre preocupante».

«Apelamos que, em compensação a essa realidade que toda a gente compreende que é consequência da crise orçamental que o país vive, o Governo, as câmaras municipais, os proprietários dos terrenos, nomeadamente os agricultores e as associações de agricultores, e a Autoridade Nacional Florestal percebam que com menos meios há a necessidade de aumentar a fiscalização e as medidas de prevenção para diminuir o número de ignições», sublinhou.

Relembrando que todos os anos apela ao «aumento do enfoque dos decisores nas medidas de prevenção», Ricardo Ribeiro defendeu que «este ano, dada a realidade orçamental, é fundamental investir-se neste trabalho que antecede o tempo mais crítico dos incêndios».

«Se tal não acontecer, prevejo que a gente venha a ter problemas graves», alertou.

De acordo com a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), o dispositivo especial de combate a incêndios de 2011 será constituído, na fase mais crítica de fogos (fase Charlie, entre 1 de Julho e 30 de Setembro), por 41 meios aéreos (34 helicópteros médios e ligeiros para ataque inicial, cinco helicópteros pesados e dois aviões médios anfíbios para ataque ampliado), segundo a ANPC.

Quanto aos meios terrestres, o dispositivo incluirá nesse período 9.210 elementos, 2.197 equipas, grupos ou brigadas das diferentes forças e serviços envolvidos e 2.019 viaturas, além de 12 máquinas de rasto, cedidas pela Autoridade Florestal Nacional.

Em 2010, estiveram operacionais na fase Charlie 9.985 elementos, 2.177 veículos e 56 meios aéreos.

Lusa/SOL

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