segunda-feira, 19 de março de 2012

Que Verão nos (des)espera!

Post de: Emanuel de Oliveira
SMPC/GTF de Vila Nova de Cerveira

Na próxima quarta-feira entramos na Primavera, deixando para trás um Inverno anormalmente seco e frio e que, nas últimas semanas brindou-nos também, com temperaturas anormalmente muito elevadas para a época.

Agora fica uma questão difícil de responder: Que tempo meteorológico espera-nos nesta Primavera de 2012? E o Verão!?

O certo é que a situação é comparável à vivida no Ano Hidrológico de 2004/2005, no entanto mais grave!


Os valores registados permitem-nos facilmente concluir que apesar dos meses de Outubro e Novembro de 2011 apresentarem valores próximos das normais climatológicas, regista-se um acentuado afastamento negativo a partir do mês de Dezembro, agravando-se severamente nos primeiros três meses de 2012.
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Relativamente aos valores das normais climatológicas, não há palavras para descrever, pois os números falam por si! Quando comparados os valores deste Ano Hidrológico que ainda vai a pouco menos de meio, com os registados no Ano Hidrológico de 2004/05, vemos que a situação é mais grave, pois em 2005 verificou-se uma acentuada recuperação logo a partir do mês de Março e que posteriormente se prolongou pelos meses de Abril e Maio, o que permitiram acumular cerca de 410 mm.
 
 No que respeita a este ano hidrológico, esperemos que se cumpra o ditado “Abril águas mil”. No entanto, cabe salientar que as chuvas primaveris poderão não ser o suficientes para paliar os efeitos desta seca extrema que atinge a região. Tomando como referência as normais climatológicas, seria importante uma acumulação de cerca de 300 mm, mas não nos podemos esquecer que dentro de três meses inicia-se o Verão e a precipitação esperada durante esta estação regista sempre valores muito reduzidos.

Segundo Francisco Infante, delegado do organismo espanhol de meteorologia - Agencia Estatal de Meteorologia (AEMET) - numa entrevista ao jornal electrónico “El Ideal Gallego” afirmou o seguinte: “Havendo um regime de precipitações normais até ao Outono, poderá recuperar-se alguma coisa, mas o caso é que teria que seguir a chover durante o resto do ano, uma vez que só com a Primavera não é o suficiente”, acrescentou ainda que “O importante agora é inverter-se a tendência, porque a falta de chuva vai acabar por impactar todo o sistema hidrológico”.

O Instituto de Meteorologia, IP através da previsão mensal para o território, regista o seguinte para os próximos dias: “Na precipitação total semanal prevêem-se valores abaixo do normal, em todo o território continental de 19/03 a 25/03, e apenas para a região a norte do sistema montanhoso Montejunto- Estrela, na semana de 26/03 a 01/04. Na semana de 02/04 a 08/04 prevêem-se valores acima do normal para a região sul.
Na temperatura média semanal prevêem-se valores acima do normal, para todo o território, nas semanas de 19/03 a 25/03 e de 26/03 a 01/04. Na semana de 02/04 a 08/04 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo.


A previsão sazonal Multi-Modelo (ECMWF/Met Office/Météo France) para o continente, aponta para valores anormais da temperatura média entre 01 de Abril e 31 de Agosto. Prevendo-se uma anomalia positiva da temperatura média de 0,5 a 1,0 ºC, com uma probabilidade de ser superior à temperatura média entre 60% a 90%. Ao nível das precipitações não existe sinal estatisticamente significativo, pelo que é difícil a médio prazo prever-se a sua ocorrência.

Igualmente, o modelo CFS emitido pelo serviço de meteorologia dos EUA (National Weather Service) do NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), não apresenta dados animadores para o período de Maio a Julho, prevendo-se uma anomalia negativa ao nível da precipitação. Analisando-se mensalmente, os meses de Abril a Maio poderão aproximar-se de valores normais, contudo o mesmo não ocorre para os dois meses seguintes que apresentam anomalias negativas. Quanto ao mês de Agosto prevê-se uma anomalia positiva.

ATENÇÃO: A previsão fornecida por estes modelos estacionais é essencialmente probabilística. Apesar de superar o tempo de previsão meteorológica normal, apresenta um grau de fiabilidade aceitável para apoiar conclusões do tipo: espera-se que chova mais do que o normal ou para se estimar se a temperatura será acima da média, etc..

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